Você já deve ter lido em algum lugar aquela frase “Não coloque todos os ovos na mesma cesta”, mas qual seria o sentido dessa frase quando falamos de investimentos? Simples. Se você colocar todos os ovos na mesma cesta e ela cair, fatalmente todos os ovos quebrarão. O mesmo ocorre com os investimentos, por exemplo, se você comprar apenas ações de empresas que dependem de exportação e ocorrer alguma crise mundial que afete a importação de produtos brasileiros, provavelmente você vai ter grandes perdas na sua carteira de investimentos.
Qual é a solução? Divida os ovos em várias cestas. Se uma delas cair, ainda teremos ovos em outras cestas. Assim devemos agir nos investimentos, diversificando e alocando a carteira em diversas classes de ativos: renda fixa, ações, fundos imobiliários, câmbio, juros. A combinação desses diferentes ativos irá reduzir a fragilidade da sua carteira, oferecendo proteção para momentos de tensão econômica em nível local ou internacional.
Um termo bastante utilizado é a volatilidade. Sendo bem simples e prático, volatilidade representa o grau de oscilação que a rentabilidade da sua carteira pode ter ao longo do tempo. Óbvio que o objetivo de todos investidores é buscar o máximo de rentabilidade com segurança, mas é impossível ter um desempenho acima da média nos investimentos sem ter o mínimo de exposição a risco. Quando diversificamos a carteira em diversas classes de ativos, estamos buscando atingir esse objetivo: aumentar a rentabilidade com a volatilidade controlada.
O perfil do investidor vai determinar o grau de volatilidade que teremos na carteira. Investidores de perfil conservador são avessos a riscos e, portanto, devem buscar produtos com baixa volatilidade e menor risco. Geralmente tem a taxa Selic como benchmarking de rentabilidade e se você tem acompanhado as notícias, sabe que a SELIC está em 4,5% ao ano, ou seja, isso significa 0,38% ao mês. A caderneta de poupança atualmente rende 70% do CDI. Isso significa 3,15% ao ano ou 0,26% ao mês.
No outro extremo, temos o investidor do perfil agressivo. Aceita investir em produtos que tem alta volatilidade. Isso implica ter investimentos na carteira que podem ter rentabilidades negativas em determinados períodos. Esses investidores aceitam esse tipo de situação em troca de rentabilidades bem superiores à Selic no médio e longo prazo.
Independente do seu perfil, a recomendação é que você tenha sua carteira diversificada. Se você tem perfil conservador, vamos alocar mais em renda fixa e reservar uma parte pequena para produtos de classe mais moderada. Se o seu perfil é mais arrojado, vamos alocar mais em renda variável, entretanto, deixando sempre uma parte na renda fixa, com objetivo de trazer um pouco de segurança para a carteira.
A diversificação de investimentos é uma técnica de diluição de risco que visa a maximização de ganhos. Ela consiste em alocar recursos em diferentes aplicações financeiras de modo que o desempenho negativo de uma não signifique perdas na carteira como um todo.
Se você “deixar todos os ovos na mesma cesta”, pode acabar tendo perdas grandes. Se você é conservador e quer mais rentabilidade, considere aumentar sua alocação em produtos de renda variável (ações e fundos multimercado) e não se sinta desconfortável ou incomodado com perdas em determinados momentos. Isso significa um deslocamento do perfil conservador rumo a um perfil mais agressivo. Se você é agressivo e quer mais estabilidade, considere aumentar sua alocação em produtos de renda fixa e não espere rentabilidades muito acima da Selic. Isso significa um deslocamento do perfil agressivo rumo a um perfil mais conservador.
A seguir temos uma sugestão de alocação de recursos, conforme o perfil de investidor:
Por fim, independente do seu perfil de investimentos, seja disciplinado. Siga sua estratégia. Mudar a cada solavanco da aplicação significa perder as referências e perder oportunidades. Diversificação e longo prazo são palavras-chave para o sucesso dos seus investimentos.